sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Pra fechar 2010

São exatamente 19h49 do dia 31 de dezembro.
Guilherme está terminando de preparar nosso último jantar de 2010, dá só uma olhada:

Não sei você, mas eu quase babei só de olhar

E eu tenho a difícil de missão de contar (e mostrar) como foram nossos últimos 4 dias antes de acabar o ano.
:D

Pois bem...
Dia 27, segunda, saímos de Wellington debaixo de chuva rumo à Otapawa Farmstay, uma fazenda no meio do nada, 70km depois de Masterton, uma cidadezinha muito bonitinha (e nem tããão pequena assim) que fica a 100km daqui (detalhe: 6km depois de Masterton acaba o sinal do celular).

Para nossa surpresa, logo depois de atravessarmos a montanha Rimutaka, o tempo estava aberto com muito sol e calor, o que me fez pensar que Wellington é tipo Mordor, e o resto da NZ é o resto da Terra Média (estou me referindo ao Senhor dos Anéis, caso alguém não tenha entendido).

Enfim... eu não vou ficar falando mal de Wellington (pelo menos não agora).
:D

O que eu achei de diferente nessa viagem foram as montanhas "peladas".
Normalmente as montanhas daqui são cobertas de árvores, pinheiros etc, vegetação densa mesmo, mas nessa região elas são todas desmatadas.
Creio eu que, similar ao que acontece no Brasil para criação de gado, aqui eles desmatam as áreas para criação de ovelhas.

As ovelhinhas... esses animais tão bonitinhos, medrosos e barulhentos
As zilhares de ovelhas na montanha pelada
As vacas são minoria

Muitas curvas depois, chegamos... e a casa fazia jus às fotos que vimos na internet.
Quentinha, aconchegante, com uma lareira que era uma delícia à noite, uma cama ultra-mega-confortável e cheia de travesseiros... não poderíamos querer mais.
Douglas, o responsável pela casa, logo apareceu para nos dar as boas vindas (quando chegamos não tinha ninguém por perto e a casa estava aberta... bem ao estilo da NZ) e o Guilherme já foi perguntando pela churrasqueira.
Passados uns 15 minutos: problema resolvido!


As fotos da casa:

Eu e meu inseparável copo de café (ou chá)
O Guilherme lá no último quarto
Escolhemos esse pra ser o nosso quarto...
... mas tinha também esse...
... e esse.

Descemos as coisas do carro e decidimos dar uma volta.
Escolhemos uma montanha que ficava atrás da casa e começamos a subida.

Elas estão por toda parte, sempre prontas pra correr como loucas pra bem longe da gente
Breve pausa no meio do caminho
O que ainda faltava pra subir
Terminada a caminhada, paramos debaixo da árvore das ovelhas
A árvore das ovelhas, atrás da casa

Contrariando todas as (nossas) expectativas, terça amanheceu um clima bem feio...
Muita chuva, muito vento, muito frio...
A foto resumo do dia (e uma das únicas, aliás) é essa:


E foi o dia todo assim, alternando ventos que faziam a casa ranger e chuvas caindo num ângulo de 30º ou menos.
À noite vimos no jornal a notícia de que aqui em Wellington os ventos chegaram a 170km/h...
Fiquei muito feliz de estar naquela casinha e não aqui, sentindo o prédio balançar, porque deve ter balançado MUITO.

Quarta-feira, conforme previsto pela meteorologia, o clima mudou 100%!
Muito sol, céu limpo e temperaturas agradáveis, e saímos pra outro passeio.
Logo de cara paramos pra ver os burrinhos que ficam num cercado bem perto da casa. Uns amores! A gente foi chegando perto da cerca e eles logo vieram correndo!


Dessa vez escolhemos a montanha mais alta dos arredores pra subir.

Desconsiderando a cara inchada, foi essa a montanha escolhida

Confesso que no meio do caminho me arrependi dessa escolha mas se é pra viver segundo o "tá no inferno, abraça o capeta", continuamos até o fim.
Valeu a pena pela vista lá de cima, embora eu tenha quase infartado no caminho.

Jesus me abana...
Olhando pra um lado ...
... e pro outro
Preparado pra descer?
Bonitinha, mas cheia de espinhos
Descendo
Sempre em meio às ovelhas

Essa caminhada me lembrou o dia que fizemos isso em Caldas com meu pai, e na volta eu ganhei de presente umas 100 picadas de carrapato que me garantiram muita diversão coceira por quase 1 mês...
Por sorte aqui praticamente não tem esses bichos, então o saldo da viagem foi somente uma picada não sei de que.

Chegando em casa, sensação de dever cumprido, e o Guilherme foi fazer o famoso churrasco!


E depois, animadíssimo como só ele, ainda foi passar aspirador de pó no carro...


Antes de sair de Wellington já havíamos planejado passar o dia em Castlepoint na quinta-feira.
Como o clima continuava propício, saímos da fazenda e continuamos nossa viagem.
Não sei se lá é uma cidade ou só um distrito de Masterton, mas é um aglomerado (pequeno) de casas numa praia de águas muito azuis, MA-RA-VI-LHO-SA, com uma baía de tirar o fôlego do lado oposto e um farol.
Fotos!

Essa estrada no canto esquerdo é por onde se chega à praia. Do lado direito, o mar aberto...
... e do lado esquerdo, a baía.
Subida até o farol
Lá atrás, a baía
E o caminho vai até o final do recife ...
... de onde se tem essa visão!
E de lá a gente desce e volta contornando o recife
Desce BASTANTE
O farol fica sobre esse recife, um amontoado gigantesco de conchas e cia que, um dia, esteve debaixo d´água
Mais de perto dá pra ver as conchas
Pronta pra correr se viesse uma onda mais forte

Essas fotos, tanto a de cima quanto a de baixo, foram tiradas num lugar bem perigoso: os recifes que contornam a baía.
Existem umas placas lá avisando que uma galera já morreu ou se machucou gravemente.
O problema é que você nunca sabe quando uma onda vai passar por cima das rochas, então a chance de se machucar é grande mesmo.
O Guilherme, hominho que é, ainda se arriscou a ir até mais pra frente pra tirar uma foto.
Eu fiquei ali bem quietinha, correndo as enxurradas que vez por outra desciam pelo recife.


Pra completar, descemos até o outro lado da baía pro Guilherme poder dar um mergulho antes de voltarmos (é claro).
Para quem vê as fotos e acha tudo muito bonito, o Guilherme avisa que a água é BEM mais fria que a de Wellington, então faça uma idéia.
Eu, nem a mão tive coragem (e nem vontade) de colocar na água pra experimentar.

A entrada da baía

E pra terminar nossa aventura, quando estávamos já indo embora, nos deparamos com essa placa singela:


Ficamos mais tranquilos ao saber para onde deveríamos ir em caso de tsunami.
:D

Agora já são 23h01 e o post está pronto.
Consegui meu objetivo de terminá-lo ainda esse ano!
hehehehehe

Reveillon pra mim sempre foi apenas o momento oficial de mudança de ano.
De qualquer forma meu desejo é sempre de que os dias sejam uns melhores que os outros, e nada mais importante que ser otimista!
Então que venha 2011! Quinze horas antes do reveillon brasileiro... e que nesse novo ano (ímpar, como eu gosto) todos encontremos os melhores caminhos a seguir, mesmo que inesperados ou aparentemente indesejados.
Felicidades a todos!

P.s.: antes de vir pra cá eu comentei com algumas pessoas que faria 2 listas: uma de "coisas que sinto saudade" e outra das que "NÃO sinto saudade" daí do Brasil. Uma delas, que entra fácil na lista das que não sinto saudade é o pós meia noite do reveillon, quando começa extra-oficialmente o carnaval, com suas marchinhas detestáveis e as vinhetas das mulatas "globeleza"... kkkkkk.... Tadeu, lembrei de você imitando as mulatas globeleza na frente da casa da minha mãe num desses reveillons da vida (queimei seu filme né? Foi mal :D)