segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Christchurch

Hoje faz 1 semana que aconteceu o terremoto em Christchurch.
A cidade ficou muito destruída e está rolando uma comoção nacional. Natural até.
Esse post não é pra dizer o quanto isso tudo é triste, mas pra contar o quanto a abordagem desse assunto, por parte da imprensa, é diferente do que costumamos ver no Brasil.
Desde o dia do terremoto, depois do choque inicial pelo que aconteceu (já que em setembro de 2010 aconteceu outro terremoto, mais intenso que esse, e só 20 pessoas ficaram feridas), já dava pra perceber a diferença.
No Brasil, onde geralmente as tragédias são causadas por descuido ou imprudência, quando o esperado acontece a imprensa fica focada no quanto aquilo foi horripilante e devastador. E dá-lhe William Bonner com sua "cara de tragédia" profissional  (eu adoro o Bonner, a propósito) e as entrevistas intermináveis com zilhares de pobres coitados que perderam tudo, chorando copiosamente pelos parentes mortos e bens destruídos.
E aí os canais ficam brigando entre si pra ver quem consegue achar a pessoa mais miserável com a história mais triste pra botar no ar.
Aqui aconteceu um terremoto, um evento previsível para a Nova Zelândia.
Os prédios (oficialmente) são construídos dentro das normas de segurança e tudo mais, mas um terremoto tão superficial e tão próximo de uma cidade grande meio que torna tudo isso irrelevante (dizem, inclusive, que cerca de 1/3 dos prédios do centro de Christchurch vão ter que ser demolidos).
E sabe como a imprensa encarou isso?
Com esperança! Otimismo, até.
Porque pra que serve ficar se lamentando? Deixar todo mundo ainda mais triste do que já estão vai trazer o que de bom?
Se já aconteceu e as pessoas têm que encarar o acontecido... bola pra frente!
Sabe-se lá quantos meses e quantos bilhões de dólares serão necessários pra reconstruir a cidade (estão falando em 20 Bilhões), mas eles têm que começar isso AGORA!
A dor de quem perdeu um parente, um amigo, a casa... tudo isso é absolutamente respeitado, mas de que adianta ficar focado nisso agora?
Fiquei realmente impressionada com isso porque já havia desistido de TV há muuuuitos meses, por chegar à conclusão de que ela nada me traz de construtivo.
E vem agora uma tragédia dessa me mostrar que a TV pode sim ser usada como um instrumento de incentivo e força. Só depende das intenções de quem está por trás dela.
Tiro meu chapéu pra TV da Nova Zelândia.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Roubados na NZ

Sexta de manhã, quando desci pra garagem pra pegar a scooter e ir pro SPCA, percebi que a van que pára do lado da nossa vaga estava com um vidro quebrado e a porta aberta.
Estranho.
Pensei que o dono da van tinha feito alguma coisa lá na garagem que deu errado e acabou quebrando o vidro por acidente. Não entendi o fato de a porta estar aberta, mas...
Quando subi na scooter, vi que o compartimento que fica logo embaixo do painel estava aberto e uma das 2 pecinhas que o seguram no lugar estava quebrada.
Achei estranho também, mas pensei que talvez a antiga dona tivesse vendido a scooter pra gente assim e só agora eu estivesse percebendo.
Se fosse no Brasil, logo de cara eu teria pensado: FOMOS ROUBADOS!
Mas aqui??
Nunca!
À noite o Guilherme e o Bruno foram ao supermercado e, quando voltaram, chegaram dizendo que o teto do carro do Guilherme tinha sido cortado e o GPS, roubado.
Aí entendi tudo! E fiquei CHO-CA-DA!
Nessa hora eu lembrei que no compartimento aberto da scooter tinha um par de luvas do Guilherme... que também foram levadas, contei o que eu tinha visto de manhã e descemos pra dar uma olhada.
Tiramos foto dos vidros no chão e descobrimos que outro carro também estava com o vidro quebrado.
Fizeram a feira dentro da garagem do prédio!
Guilherme ligou pra polícia e eles entraram em contato outras 2 vezes pra pegar mais informações sobre o ocorrido. Atendimento excelente, aliás.
Disseram que a empresa que administra o prédio vai ser chamada pra prestar depoimento e entregar as imagens das câmeras (que são só 2, uma dentro da garagem mas longe de onde ficam os carros roubados, e outra na saída da garagem).
A sorte é que o carro tem seguro, então o Guilherme vai ter que pagar "só" 300 dolares pra trocar o teto inteiro, porque o gerente do prédio disse que aqui não tem disso de ser ressarcido.
A gente paga caro pra ter garagem e aí vem um espírito de porco, faz uma coisa dessa, e a gente tem que pagar caladinho.
Só sei que foi um acontecimento inesperado e decepcionante.
Agora vamos esperar pra ver o que vira.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Wanganui e arredores

Depois de tanto tempo, aqui estou pra mostrar fotos da nossa última viagem.
Vou tentar fazer um post mais resumido porque estou EXAUSTA.
E por que estou exausta? 
Porque tenho 32 anos (e meio), não tenho dormido o necessário há vários dias, acabei de passar por essa viagem de 3 dias que incluiu muitas horas dentro de um carro, uma leve intoxicação alimentar e muita, mas MUITA caminhada, incluindo uma semi-subida a um vulcão.
Pois então comecemos...

Sábado, dia 29, pegamos a estrada rumo a Wanganui, que fica a cerca de 200km daqui (dessa vez éramos 3: o Bruno, irmão do Guilherme, está aqui passeando).
Ficamos hospedados em um Holiday Park, que é tipo um camping. Tem gente que vai acampar, outros vão de trailer, outros (como nós) alugam as cabines, e aí existem as áreas comuns: uma cozinha grande, uma sala, churrasqueira e piscina.
Como estava uma ventania estilo Wellington de ser, partimos pro churrasco.

Foto da foto
E essa é a foto que o Bruno estava tirando
Não parece um boneco de vodu?
Hora da refeição

Barriga cheia, fomos até o centro comprar algumas coisas e dar uma volta.
A cidade é uma graça e a avenida principal (Victoria Av.) tem vasos de flores nas marquises de todas as lojas, do começo ao fim. Lindo!
Durante nosso passeio encontramos, sem querer, o Queens Park e alguns monumentos em homenagem aos soldados que morreram durante as guerras.
Fotos

O Handspan, uma escultura dedicada à cultura da paz e da não-violência...
Ela é toda cheia de mãos de argila como essas
E quem disse que na NZ não existem vândalos? Pobre ovelhinha...

Mais tarde a ala masculina partiu pra um passeio na praia/rio (lá em Wanganui passa esse rio enorme que vocês verão em várias fotos).
E não se assustem com a praia! 
É feia como Waitarere, que citei no post da viagem para Waikanae. Aliás, elas ficam mais ou menos próximas, então qualquer semelhança não é mera coincidência.
:D

A praia cheia de troncos de árvores
Rio Wanganui
Esquema da junção do rio com o mar
O rio à esquerda e o mar à direita

Domingo de manhã, clima 100% melhor, pegamos a Wanganui River Road (Estrada do Rio Wanganui), que vai de Wanganui até Pipiriki (você riu?).
Essa estrada começou a ser construída em 1934 e demorou 30 anos pra ficar pronta por causa de enchentes e deslizamentos. Como a maioria das estradas daqui, tem zilhares de curvas e paisagens deslumbrantes.

Ainda na cidade
Aramoana Summit - 230m acima do nível do mar...
... nossa primeira parada na estrada.

Oyster Cliffs (Falésias de Ostras) - um dia isso esteve no leito do mar.
Um monte de conchas de ostras fossilizadas
Mas a gente não tava na NZ?!?
"Metade de seu comprimento original. Escavada a partir de uma única árvore totara. Foi uma das várias canoas usadas pelos Maoris em lagos, rios e no mar. Estas canoas eram usadas para ... (não dá pra ler), viagens e trocas. Algumas podiam carregar até 100 ... (o resto tb não entendi)"
E a tal canoa da plaquinha

De Pipiriki, fomos até Raetihi e depois Ohakune, de onde se tem essa visão:


Aquele ali é o Monte Ruapehu, um dos vulcões mais ativos do mundo (a última erupção aconteceu em 2007) e o maior da NZ, além de ser o ponto mais alto da ilha norte... e foi pra lá que nós seguimos.


A estrada leva até a entrada de uma das estações de esqui. De lá, continuamos a pé.
A intenção era chegar até onde tivesse neve...
As fotos vão na sequência da subida.

Parece perto da neve, não? Pois é, mas estava loooonge ainda :D
Vocês já assistiram um filme que chama "Frozen"?
Mais ou menos 50 minutos de subida depois... resolvemos descer
Devemos ter chegado a uns 1850 metros

Voltando pra casa

Olha que bonitinha a montanha sendo reflorestada com pinheiros

Já em Wanganui, mas antes de voltar pra nossa casinha, passamos na Durie Hill Tower (uma torre que fica no bairro de Durie Hill). São 176 degraus e (dizem que) lá de cima a gente vê os montes Taranaki (outro vulcão) e Ruapehu.

Subimos o vulcão e os 176 degraus e ainda conseguimos dar um sorriso mais ou menos!

Segunda de manhã... mais ventania, agora com muitas nuvens e chuva.
Antes de voltarmos pra Wellington, passamos em outros pontos turísticos de Wanganui.

- Virginia Lake Reserve: fica dentro da cidade e tem um lago bem grande, uns jardins de inverno rodeados por umas esculturas bem... digamos... de gosto duvidoso, e um zilhão de patos, de todas as cores, tamanhos e formatos imagináveis.
:D

Dentro do jardim de inverno
Pessoal bonito...
?!?
Esse aí dava um assado bom!

- Bason Botanic Gardens, que não fica devendo nada ao Jd. Botânico de Wellington.

Churrasqueira a gás no jd botânico. Só chegar e usar.

E finalmente Kai Iwi Beach, uma praia que fica num povoado bem isolado, onde ficam as falésias que procuramos o fim de semana todo...
Uma pena que a maré estava alta e o clima estava péssimo, então nem deu pra dar uma volta na praia e mostrar as falésias direitinho.

O povoado (quase) fantasma

E de lá pegamos nosso caminho de volta a Windy Wellington, que, surpreendentemente, estava com o céu  aberto e muito sol... tudo que a gente nunca esperava encontrar.